sexta-feira, março 30, 2012

Botafogo muda abordagem e amplia receitas do Engenhão ano após ano

Durante mais de três anos, o Botafogo fracassou em parte dos projetos que tentou implementar e aprendeu com os erros na administração de uma potencial fonte de dinheiro como Engenhão. Atrair o público horas antes das partidas, com infraestrutura extracampo, como restaurantes e centros comerciais, ainda está longe de acontecer, mas o trabalho de divulgação e consolidação do estádio como palco de grandes eventos anda de vento em popa ao menos desde o início de 2011.
Em conjunto com o departamento de marketing, o diretor executivo Sérgio Landau montou uma equipe para cuidar dos planos para os lucros do maior patrimônio atual do clube, que já rendeu R$ 8 milhões de superávit na temporada passada, mesmo com os cerca de quase R$ 5 milhões de gastos com manutenção e aluguel. A proximidade de espetáculos como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016 ajudaram, além da saída de cena provisória do Maracanã, mas foi a mudança de postura em relação ao mercado que va- Havia um hábito de querer entrar, dar uma filmadinha, usar o Engenhão como se fosse público. Não é, nos custa caro. Hoje, trata-se de um equipamento pronto para receber até a rainha da Inglaterra. São instalações novas, aprovadas, tudo bem cuidado e organizado para qualquer esporte e evento. Mas até passar isso para o mercado, demora. Quando finalmente entenderam, elevamos o patamar e os resultados passaram a surgir com mais naturalidade - explica Landau.
Há empresas interessadas em investir somente através da parceria com o estádio. A entrada da Ambev é vista como um divisor de águas. A marca ligada ao ramo de bebidas financia reformas, discute novos projetos e pede em troca sua divulgação. Não à toa, pintou as cadeiras dos setores Norte e Sul com nome e cor de uma de suas cervejas. As máquinas de luz artificial, a serem instaladas em abril e que servirão para preservar o gramado, foram adquirida pela multinacional. O fato de o Alvinegro ter Flamengo e Fluminense a seu lado recentemente, não só em clássicos, também tem sido um facilitador.
Nesta sexta-feira, centenas de funcionários trabalham na limpeza do show de Roger Waters, ex-líder do Pink Floyd, banda de rock progressivo das décadas de 70 e 80. Pela locação do espaço, os cofres do Glorioso embolsaram mais de um R$ 1 milhão. Em 2007, quando o baixista se apresentou no Rio de Janeiro pela última vez, a produção gostaria de um local maior do que a Apoteose, mas não houve acordo para tocar no Maracanã, e o Engenhão ainda recebia seus retoques finais para a inauguração, semanas antes dos Jogos Pan-Americanos.
Neste semestre, mais precisamente em 24 de junho, o UFC desembarca com seu aparato não menos imponente que as toneladas de equipamentos exigidas pelo músico inglês. O valor, não confirmado oficialmente, gira em torno de R$ 3,5 milhões, e a casa alvinegra não estava nem na lista de opções quando Dana White e sua organização decidiu retornar ao país. Mas impasses em São Paulo abriram caminho para a realização de mais uma noite de lutas na capital carioca. Faltam apenas ajustes em relaç- Temos estimado cerca de 20 a 30 eventos no ano, entre pequenos e grandes. Não dá para ter a cabeça fechada e achar que vai prejudicar isso ou aquilo em relação ao futebol. Infelizmente, o estádio não se paga com os jogos do Campeonato Carioca. No contrato de cada empresa, há uma cláusula de responsabilidade quanto à liberação imediata e à preservação do campo e instalações. Por isso, não tem dúvidas de que o clássico de domingo (contra o Fluminense) receberá os torcedores da mesma maneira - frisou o diretor executivo.
Em breve, a tendência é que mais dois grandes eventos sejam confirmados para o período entre outubro e novembro. Nem mesmo o Botafogo sabe quais são ainda, por se tratarem apenas de reservas. No entanto, já é possível prever um lucro superior anual de R$ 10 milhões, que ajudam a sanear as contas do clube e não entram no orçamento do departamento de futebol.



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