O jeito sorridente e despojado não muda. Seja em alta em campo, se reabilitando após algum ato de indisciplina ou na expectativa de voltar a jogar, Jobson permanece o mesmo garoto com fome de bola, como ele mesmo define. Desta vez, porém, garante que está se ajudando e tem mostrado nos treinos que as jogadas e os gols não ficaram no passado. Reintegrado ao Botafogo, o atacante falou pela primeira vez no ano e não se incomoda nem com a inatividade de mais dois meses por conta da suspensão por doping, que acaba no dia 6 de março.
- Não é bom porque não tem um objetivo próximo, mas também posso pensar em mim mesmo. Dentro e fora de campo, me cuidando. Fiquei quatro meses sem jogar, mas já estou de volta ao grupo e melhorando minha forma física. Sempre tive fome de bola, né? A saudade é grande, do Engenhão, tudo, mas estou fazendo tudo para voltar e não decepcionar - promete Jobson, que diz se dar bem com o psiquiatra que lhe atende semanalmente.
- Acho legal, é necessário e tem sido importante. É um senhor muito bacana. Faz diferença, sim, porque ele sabe me colocar para cima, me lembra dos sonhos que tenho e posso alcançar. Estou achando muito bom - revelou o jogador, sorrindo a cada fim de resposta.
Apenas o tratamento, no entanto, não resolverá os problemas, sabe Jobson.
- Ele (psiquiatra) só vai me ajudar, são só consultas e incentivos. Eu preciso fazer o meu caminho. Já perdi muito, está na hora de ganhar.
Entre a sede de General Severiano e o apartamento de um amigo, o então xodó da torcida contou que passa o tempo e se afasta dos pensamentos inapropriados nesta pré-temporada com a ajuda da internet, que o mantém ocupado. Mas também não se prende e acredita que a pressão não vai ser um diferencial negativo para que essa seja sua última chance no futebol.
- É difícil dizer, só se eu fizer m... Não posso pensar nisso, só nas coisas certas. O resto, se Deus quiser, vai vir de bom para mim. A torcida quer gols, se isso acontecer tudo volta a ficar na boa. Não vou fazer cagada - finalizou.
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