Com a dispensa do lateral-direito Alessandro, o elenco não tem mais nenhuma peça que atuou pelo Botafogo em 2007, ano que o Alvinegro apresentou um futebol bonito, mas nada ganhou. Para 2012, a intenção é apagar de vez tudo o que possa lembrar os recentes tempos difíceis. A atual diretoria, que vai assumir o clube por mais três anos, pretende consolidar já no primeiro semestre o pensamento que baseia uma série de recentes medidas.
O ponto inicial da nova ideologia deu-se no início de 2010, quando boa parte do elenco que quase caiu para a Série B em 2009 foi dispensada. Daquele grupo, que tinha alguns jogadores contestados desde 2007, poucos sobraram na época. Aos poucos, o time conseguiu um artilheiro, ganhou um ídolo, manteve um goleiro seguro, teve jogadores convocados para a Seleção, mas ainda assim falhou feio em dois Brasileiros que teve chances de ganhar.
- A gente nota que ano a ano há uma melhoria constante. Essa melhoria constante logo vai se refletir em uma conquista - disse o consultor na área de motivação, Evandro Mota, que foi campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995 e fez parte da comissão técnica de Caio Junior em 2011, mas saiu com o antigo treinador.
Para o presidente Mauricio Assumpção, é necessário ter pulso firme pelo sucesso. O dirigente recorda que foi difícil construir o atual elenco, mas o clube conseguiu se reencontrar após momentos de dúvida.
- Algo que aprendi foi que o futebol tem que ser forte. Sofremos em 2009. Não poderia estourar o orçamento ou o clube não estaria vivo. Foi uma busca intensa pela qualificação do elenco - destacou à Rádio CBN.
A cobrança no clube é grande para que uma importante taça seja conquistada rapidamente. Porém, o novo técnico, Oswaldo de Oliveira, não se diz pressionado:
- Os resultados virão à medida em que tivermos disciplina e continuidade.
Últimos anos prometeram, mas...
2007
Na Copa do Brasil, eliminado pelo Figueirense na semi. No Brasileiro, depois de liderar quase todo o primeiro turno, acabou em 9º. Na Sul-Americana, vexame diante do River Plate, da Argentina.
Na Copa do Brasil, eliminado pelo Figueirense na semi. No Brasileiro, depois de liderar quase todo o primeiro turno, acabou em 9º. Na Sul-Americana, vexame diante do River Plate, da Argentina.
2008
Sétimo colocado no Brasileiro, em campanha que até chegou a empolgar, mas não engrenou.
Sétimo colocado no Brasileiro, em campanha que até chegou a empolgar, mas não engrenou.
2009
Quase rebaixado no Brasileirão.
Quase rebaixado no Brasileirão.
2010
Campeão carioca. Sexto no BR.
Campeão carioca. Sexto no BR.
2011
Nono colocado no Brasileirão.
Nono colocado no Brasileirão.
Com a palavra
Evandro Mota, consultor na área de motivação
Dá para notar uma evolução muito grande no Botafogo, pois o comportamento atual está baseado no profissionalismo. As cobranças são feitas, mas há estrutura.
Gosto muito do trabalho que a diretoria tem feito. Mesmo com a cobrança por títulos, não se contrata por pressão. Tudo é bem avaliado. E assim, existem muito mais acertos do que erros. Isso fica claro ao ver que o time está quase todo mantido de 2011 para 2012.
Para mim, o clube só tem crescido em todas as áreas.
Oswaldo: peça-chave
O consultor Evandro Mota aposta no treinador Oswaldo de Oliveira como peça-chave para fazer o Botafogo, enfim, engrenar em 2012. A dupla trabalhou junta no Santos, em 2005, e o consultor é só elogios:
- O Botafogo escolheu um dos melhores técnicos deste país. É um profissional que sabe lidar com um grupo de atletas como poucos.
Quando apresentado pelo Botafogo, Oswaldo de Oliveira afirmouque vai trabalhar com a utilização de vídeos para auxiliar na parte tática, assim como Caio Junior fazia. Isso é algo que agrada Evandro Mota:
- A metodologia do Oswaldo é a mais moderna possível.
Mandamentos
1º Experiência
A direção pretende reforçar a ideia de contratar jogadores com experiência internacional. A chegada de Loco Abreu mostrou que atletas rodados no mercado internacional têm papel fundamental nos momentos decisivos. Por isso o clube está interessado em jogadores estrangeiros experientes, como o lateral chileno Rojas, da Universidad de Chile. A mesma estratégia vale para repatriar brasileiros no exterior.
A direção pretende reforçar a ideia de contratar jogadores com experiência internacional. A chegada de Loco Abreu mostrou que atletas rodados no mercado internacional têm papel fundamental nos momentos decisivos. Por isso o clube está interessado em jogadores estrangeiros experientes, como o lateral chileno Rojas, da Universidad de Chile. A mesma estratégia vale para repatriar brasileiros no exterior.
2º Campeões
Outra estratégia é aproveitar melhor o perfil de jogadores com títulos importantes, como, por exemplo, Marcelo Mattos e Renato, que já foram campeões brasileiros. A direção acredita que ter vencedores no grupo é fundamental em momentos decisivos dos campeonatos para não acontecer mais o que vem acontecendo nos últimos anos. Por isso, a participação dos atletas campeões deve crescer no elenco do Botafogo de 2012.
Outra estratégia é aproveitar melhor o perfil de jogadores com títulos importantes, como, por exemplo, Marcelo Mattos e Renato, que já foram campeões brasileiros. A direção acredita que ter vencedores no grupo é fundamental em momentos decisivos dos campeonatos para não acontecer mais o que vem acontecendo nos últimos anos. Por isso, a participação dos atletas campeões deve crescer no elenco do Botafogo de 2012.
3º Selecionáveis
O Botafogo entra 2012 com quatro jogadores com passagens por seleções (Jefferson, Elkeson e Renato, no Brasil, e Loco Abreu, Uruguai), fato que há muito tempo não acontecia no início da temporada. Entre os pretendidos para este ano estão Rojas (Chile) e Tanaka (Japão). O clube também tentou Lodeiro e Ignacio Gonzáles, colegas de Loco na Celeste.
O Botafogo entra 2012 com quatro jogadores com passagens por seleções (Jefferson, Elkeson e Renato, no Brasil, e Loco Abreu, Uruguai), fato que há muito tempo não acontecia no início da temporada. Entre os pretendidos para este ano estão Rojas (Chile) e Tanaka (Japão). O clube também tentou Lodeiro e Ignacio Gonzáles, colegas de Loco na Celeste.
Além da visibilidade para o clube e valorização para os atletas no mercado do futebol, as convocações trazem experiência aos jogadores e respeito diante dos adversários, fator importante em momentos de decisão.
4º Técnico de ponta
Com a saída de Caio Junior, a diretoria avaliou que precisava de um técnico de ponta para formar um time campeão e voltar a ganhar títulos nacionais. Por isso, investiu na contratação de Oswaldo de Oliveira em vez de insistir em treinadores considerados apostas.
Com a saída de Caio Junior, a diretoria avaliou que precisava de um técnico de ponta para formar um time campeão e voltar a ganhar títulos nacionais. Por isso, investiu na contratação de Oswaldo de Oliveira em vez de insistir em treinadores considerados apostas.
Com Mundial e Brasileiro no currículo, Oswaldo chegou do Japão com um discurso otimista, falando em títulos e em colocar o clube noutro patamar nos próximos anos. Era isso que o departamento de futebol queria no perfil do novo comandante.
- Nosso objetivo é voltar a ganhar títulos. Vamos buscar isso com muito trabalho e empenho para que a torcida do Botafogo volte a sorrir disse o técnico em sua apresentação.
5º Mudança de mentalidade
O Botafogo irá reforçar as ações de marketing com objetivo de atrair novos torcedores e mudar a mentalidade da nova geração. A intenção é tirar da cabeça da torcida o estigma de fracasso em momentos decisivos. O principal embaixador dentro do clube é o atacante Loco Abreu, jogador amado pelos botafoguenses e que não costuma se intimidar diante dos rivais cariocas. O objetivo é aproximar os alvinegros dos ídolos do clube, como aconteceu ano passado com as ações envolvendo o meia Maicosuel.
O Botafogo irá reforçar as ações de marketing com objetivo de atrair novos torcedores e mudar a mentalidade da nova geração. A intenção é tirar da cabeça da torcida o estigma de fracasso em momentos decisivos. O principal embaixador dentro do clube é o atacante Loco Abreu, jogador amado pelos botafoguenses e que não costuma se intimidar diante dos rivais cariocas. O objetivo é aproximar os alvinegros dos ídolos do clube, como aconteceu ano passado com as ações envolvendo o meia Maicosuel.
6º Cultura de vestiário
Um dos problemas históricos do Botafogo era mudança radical do grupo de jogadores de um ano para o outro. Isso dificultava a formação da chamada cultura de vestiário, ou seja, a identificação de jogadores com o clube e o entendimento sobre as angústias do torcedor. Por isso, as principais lideranças foram mantidas para este ano, como, por exemplo, Jefferson, Loco Abreu e Renato. A ideia é consolidar a política de contratos longos para aumentar o compromisso do atleta com o time.
Um dos problemas históricos do Botafogo era mudança radical do grupo de jogadores de um ano para o outro. Isso dificultava a formação da chamada cultura de vestiário, ou seja, a identificação de jogadores com o clube e o entendimento sobre as angústias do torcedor. Por isso, as principais lideranças foram mantidas para este ano, como, por exemplo, Jefferson, Loco Abreu e Renato. A ideia é consolidar a política de contratos longos para aumentar o compromisso do atleta com o time.
7º Fator casa
O clube pretende consolidar este ano o fator casa como arma decisiva nas campanhas por títulos. Em 2011, o Botafogo teve a quarta melhor campanha como mandante no Brasileirão (chegou a estar em primeiro).
O clube pretende consolidar este ano o fator casa como arma decisiva nas campanhas por títulos. Em 2011, o Botafogo teve a quarta melhor campanha como mandante no Brasileirão (chegou a estar em primeiro).
Após cinco temporadas, o Engenhão foi abraçado de vez pela torcida. A direção tem um projeto para aumentar a média de público e fazer do seu estádio um trunfo a mais diante dos adversários.
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