Mas é nítida a evolução coletiva do Botafogo. A ponto do time render com Renato e Seedorf juntos no meio-campo, problema desde a chegada do holandês, até o camisa dez sair lesionado no primeiro tempo dos 4 a 0 sobre o time goiano - virtualmente rebaixado, mas que complicou o líder Fluminense e o Internacional lutando pelo G-4. A equipe de Oswaldo de Oliveira seguiu com volume de jogo mesmo sem seu camisa dez e líder e construiu a goleada com autoridade.
Bruno Mendes não é forte, porém tem boa estatura para disputas no alto. Não é velocíssimo, mas se apresenta nas bolas esticadas e muitas vezes chega mais rápido que os zagueiros. Também apresenta movimentação inteligente: se mexe de uma ponta a outra da grande área, sempre pronto para a tabela ou a infiltração em diagonal. Na frente do goleiro, a técnica e a frieza para definir tirando do goleiro.
Em alguns momentos peca pela afobação e arrisca o chute quando o melhor seria proteger ou passar. Às vezes compromete o trabalho coletivo girando para concluir, mesmo bem marcado. Mas também é capaz do passe de calcanhar para Lodeiro ajeitar e Seedorf concluir no primeiro gol do sábado no Engenhão.
No 4-2-3-1 alvinegro, o trio de meias trabalha com intensa movimentação. No entanto, não possui um elemento que dê profundidade pela rapidez, com ímpeto de atacante. Andrezinho, Seedorf e Fellype Gabriel ou Lodeiro são mais articuladores e/ou lentos. Com Elkeson na frente, faltava o “cacoete” de atacante de área apesar da velocidade. Com Rafael Marques, o ataque perdia quase tudo.
Olho Tático
Bruno Mendes é ágil, tem presença de área e personalidade de quem sabe que pode decidir. Promessa de atacante completo. Mas dá a impressão que chegou um pouco tarde...
Com oito pontos de desvantagem para o São Paulo, último do G-4, faltando cinco rodadas, sem confronto direto e jogos contra os desesperados Palmeiras e Sport além do Atlético-MG buscando o título e o clássico na última rodada contra o Flamengo, a missão Libertadores parece inviável. O possível desfalque de Seedorf, com dores na coxa, é outro problema.
Mas mesmo que a reação seja tardia, o Botafogo agora tem boas notícias: a assimilação do 4-2-3-1 com mais equilíbrio entre os setores, a afirmação dos jovens Dória, Gabriel e Jadson que tornaram o sistema defensivo mais sólido no apoio aos laterais Lucas e Marcio Azevedo e também na saída de bola. A consolidação de Seedorf como referência técnica e de comando em campo valida o investimento no craque veterano.
Acima de tudo, a vocação de artilheiro e atacante moderno de Bruno Mendes. Se a passagem pelo clube não for apenas uma breve “ponte” para o futebol internacional, o alvinegro ganha peça fundamental para a montagem de um time mais forte em 2013. Na Libertadores ou não.
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