Reeleito no fim do ano passado para mais um mandato de três anos, o presidente Maurício Assumpção ainda está atrás da sonhada vaga na Taça Libertadores, competição que o Botafogo não disputa desde 1996. A dificuldade imposta pelo Campeonato Brasileiro e as eliminações precoces na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana reduziram as chances de o objetivo ser alcançado. Mesmo sem desanimar, o dirigente faz questão de exaltar o trabalho que vem sendo realizado nas categorias de base do clube e nos resultados esperados para o futuro.
Apesar da ansiedade no clube por conquistas imediatas, Maurício não aumenta a pressão já existente sobre o departamento de futebol do Botafogo e pensa no que vem pela frente, mesmo consciente de que ficar fora da Libertadores de 2013 não estava em seus planos. Desde 2009, seu primeiro ano na presidência, o time profissional celebrou apenas o título do Campeonato Carioca de 2010.
- Eu acho que não é complicado pensar para frente. O pessoal fala: "Ah, mais um ano perdido". Mas será que as pessoas não enxergam que o Botafogo está em uma crescente? Os resultados não são os que a gente quer. É claro, óbvio que eu gostaria de disputar a Libertadores. A gente monta time com três milhões e meio de orçamento contra times da ponta da tabela que tem orçamento de sete, oito, 11 milhões. Na divisão de base, você equipara isso - disse Maurício.
Durante a temporada, Dória, Gabriel e Jadson conquistaram as posições de titulares no time comandado pelo técnico Oswaldo de Oliveira. Para o futuro, o presidente projeta um maior número de jogadores formados no clube ocupando esse espaço. Para o ano que vem, a expectativa de contratações, inclusive, deve ser em menor número justamente por conta do surgimento de revelações em condições de serem escaladas sem maiores preocupações.
Esse trabalho demora. Reestruturar o Botafogo não é fácil. Em 2009, se não pensássemos na frente, estaríamos mortos. A qualificação tem acontecido de maneira gradual. A gente precisa qualificar mais. Eu hoje tenha talvez que trazer três, quatro peças para o ano que vem. Posso puxar da base. Quando você tem isso, é mais fácil montar elenco. Todos os times na ponta do Brasileiro, fizeram esse trabalho, de médio e longo prazo. Se quisesse abandonar, tinha abandonado, pego o dinheiro que investi na base e contratado um elenco mais caro que esse. Ia ganhar título? Talvez um. E no ano seguinte? - questionou o dirigente.
Com 40 pontos, o Botafogo está na sétima colocação no Brasileiro. Para chegar ao quarto lugar, ocupado pelo Vasco, precisa tirar uma diferença de 10 pontos, além de torcer contra São Paulo e Atlético-GO na Copa Sul-Americana. Mesmo assim, ainda acredita na classificação e usou o exemplo do Palmeiras, campeão da Copa do Brasil e garantido na Libertadores do ano que vem, que luta contra o rebaixamento no Brasileiro, para mostrar a dificuldade da competição.
- É um elenco muito mais caro que o meu e estão nesta situação. Tenho conversado sempre com o Oswaldo, tanto eu quanto o vice de futebol, Chico Fonseca. Jogar a toalha jamais. Quem vê o time do Botafogo jogando como no sábado, contra o Fluminense, não pode jogar a toalha. A gente quer título, eles têm de se matar e estão se matando. Não sou eu que estou falando. Vocês viram sábado. O Abel falou na entrevista que nos primeiros vinte minutos o Botafogo deixou o Fluminense sem saber o que fazer. Eles são profissionais, sabem da responsabilidade que têm. Estão jogado bem, mas não conseguem vencer. Esse elenco tem moral, é composto de jogadores com caráter, não vão se entregar e vão tentar dar essa alegria ao Botafogo - afirmou o presidente.
Para ilustrar a sua preocupação com a reestruturação do clube, Maurício lembrou o avanço no número de sócios proprietários, que aumentou de 900 para quase quatro mil, e de sócios torcedores, pulando de três mil para mais de 11 mil. Além disso, citou a importância de o clube ter conseguido manter pelo menos um percentual de cada jogador do elenco atual.
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