Fala, Zé! É… Tivemos mais um vexame. Não pelo resultado, já que os bambis apenas revidaram o placar de quatro que também impusemos a eles (ou elas, sei lá), aqui em casa, no primeiro turno. Mas classifico como vexaminosa a forma covarde e sem vontade com que o time se apresentou ontem contra o são paulo. Aliás, essa formação vem se apresentando assim. Na verdade, sinto um misto de raiva e pena pelo Seedorf e pelo Jefferson, dois jogadores enormes em classe e capacidade, dividirem espaço com uma gente tão descompromissada, como mais este elenco do Botafogo. A declaração do Jefferson, ao final da partida, resume um pedaço do que a arquibancada sente: “Time sem espírito, sem alma. Desse jeito quer falar em título? Não tem jeito”. É isso, goleirão. Só esperamos que você não tenha este discurso apenas nos microfones da imprensa. Torcemos com garra para que você, camisa 1, grite isso no vestiário, com dedo em riste e com as veias saltando do pescoço, pois essa é justamente a sacudida de ego que este aglomerado parece não ter, de esfera nenhuma. Até quando? Estão flumineseando o meu Botafogo.
Entra ano, sai ano e vemos o Botafogo assim: jogando como se estivesse numa excursão à China. Culpa de quem, Zé? Dos jogadores? Pra mim, não. Virou rotina nesta direção montar times sem ambição. O Botafogo está se especializando em montar elencos medianos. E o pior: se contenta com isso. Direção que põe como meta chegar na Libertadores, não transparece ter cobranças. CHEGA. O Botafogo é grande suficiente pra entrar no Brasileirão falando em Taça, vaga em competição continental é prêmio de consolação. Este time é a cara da diretoria: acomodado e vivendo de lampejos. Daqui a pouco, eles vão lá fora, vencem um adversário que briga pelo título e chegam aqui cheios de marra no aeroporto, com óculos escuros e nariz em pé. CHEGA. Os elencos do Botafogo, há anos, são o reflexo da direção do Botafogo, que por não ter oposição – e se eleger de forma quase que absoluta – se sustenta no vazio, esquecendo que a ameaça sadia é o princípio básico para o “querer mais”. CHEGA.
E o esquema tático, Zé? Qualquer comentaristazinho aspirante de fundo de quintal vê o Botafogo apequenado em campo, sem agredir e aceitando agressão passivamente. Minha vontade, Zé, era escrever este texto TODINHO em caixa alta, mas estou me segurando aqui no teclado. Eu, Zé Fogareiro, confesso que no início me iludi com este “treineiro” professoral na marra e mobral na prática. Achei que ele traria a seriedade que tanto precisamos. Como eu disse: ILUSÃO. Me mostre, na pífia carreira deste infeliz senhor, um time montado por ele que teve sucesso. O vasco não foi (montado pelo Joel), o corinthians não foi (montado pelo Luxembrugo), o fluminense não foi (montado pelo Espinoza). Os únicos dois que ele teve mais autonomia, quase desceram de divisão: flamengo e o próprio são paulo, que o demitiram antes do caldo entornar de vez. Lá se foram 9 meses do teatro deste senhor que pode enganar japonês, mas aqui o buraco é bem mais embaixo. Bradar “Fora, Oswaldo” é jogar palavras ao vento, já que esta direção caga e anda para o que a torcida sente. CHEGA.
O jogo de ontem foi uma MERDA literal. Nem deu tempo pra gente ter esperança. Levamos o 0X1 antes mesmo da bola rolar direito. Graças ao nosso goleiro de seleção conseguimos sustentar o placar adverso mínimo do primeiro tempo. Na segunda etapa, aí sim, tudo foi pro car…(pííííííí). Levamos três gols com desleixo e tudo se fechou nos 0X4. Ficam, como sempre, as perguntas: O que é Lenon? O que é Amaral? Onde estão os atacantes? Que zaga é essa, que juntando tudo não dá um? Te digo, Zé: essas são as soluções do Anderson Barros, que é pago para fazer a gente passar mal. E o nosso “Tiradentes às avessas” não dá às caras pra dar uma explicação ou canetar algo de produtivo. A inconfidência Alvinegra se faz mais do que necessária. Como se não bastasse sua omissão como presidente, agora ele mostra todo o seu descaso como vice-presidente de futebol, cargo acumulado e jogado fora. Incompetência em dobro e multiplicada.
Enquanto isso, Zé, nós da arquibancada continuamos as vítimas, segurando no colo o número de termos a melhor presença em estádio no Rio de Janeiro. Coisas do efeito Seedorf. Isolado, é claro. Assim como tudo o que é bom feito por esta direção: ISOLADO e SOLITÁRIO. Eu, como apaixonado e teimoso que sou (muito mais que o imbecil do Oswaldo de Oliveira), domingo estarei lá no Niltão, gritando pelo MEU BOTAFOGO. E não por este amontoado que diz estar fazendo algo pelo Clube, mas que na verdade não veem a hora do tempo passar e voltarem pra suas casas como quem foi ao cinema e não gostou. Descompromisso é a palavra. Agora fale você, porque já estou cansado. Abraço, Zé!