Ainda não foi desta vez que o Botafogo e seus torcedores tiveram a resposta de Clarence Seedorf. O meia holandês limitou-se a exaltar sua passagem pelo Milan - com o qual o contrato se encerra no dia 30 de junho -, em entrevista coletiva na sede do clube italiano, em Milão, na manhã desta quinta-feira. A seu lado, o diretor de futebol Adriano Galliani foi só elogios à postura do jogador, que passou os últimos dez anos com a camisa rossonera. Sobre o futuro, pistas vagas, discurso já conhecido de cautela pelas várias propostas recebidas e novo pedido de paciência.
O pequeno atraso para a cerimônia - cerca de 15 minutos - aumentou ainda mais o suspense. Até a noite passada, a diretoria alvinegra não tinha retorno definitivo em relação aos contatos com a empresária Deborah Martin, presidente do grupo DM Milan Group, que gerencia seus interesses. E vai ter de esperar mais alguns dias, a exemplo dos times chineses, canadenses e do Oriente Médio, que gostariam de contar com o craque, de 36 anos, até o fim de sua carreira.
- Por maravilhosos dez anos, Seedorf foi jogador do Milan. Foram dez anos fantásticos, com dez títulos, sendo cinco internacionais e cinco nacionais. É um jogador sensacional, que, além de tudo, tem quatro Champions League no curriculo. E uma carreira extraordinária. Esse ano o Milan não jogou sempre bem, mas, sempre que jogou, Clarence jogava bem. Essa é a realidade, a verdade. Quando acabar o período dele como jogador, pode recomeçar entre nós (dirigentes) - afirmou Galliani, que prolongou seu discurso por alguns minutos.
Na sequência, Seedorf, trajado com uma camisa social branca, agradeceu o carinho e evitou comentar sobre o futuro, ressaltando que ainda não era o "momento".
- Sou felicíssimo por esses dez anos de Milan. E vamos falar somente de Milan nesse momento. De futuro, vamos falar em breve. Tudo passou muito rápido. Como tudo na vida, o que é bom passa rápido. Agradeço a todos do clube, todos os torcedores, jornalistas. Foi quase metade da minha carreira no Milan. Fui muito feliz. Vou continuar minha carreira em alguma outra parte e com a perspectiva de voltar no futuro. Estou deixando uma família - disse.
A convicção sobre novos desafios segue, mas nem mesmo o Continente que vai escolher para morar é algo claro na cabela doo meia, que sorriu ao ser questionado a respeito.
- Temos que viver experiências novas. Acho que estou fazendo as coisas certas. Chega um momento em que tem que ser assim. Nunca recebi tanta proposta como agora. São de todas as partes do mundo, é isso o que posso dizer. É um momento belo e delicado. Não acho que seja o certo falar aqui. Nesse momento, me vejo em campo por mais dois anos, no mínimo. Eu me sinto bem. Depois, posso ser treinador, dirigente, vamos ver. Agora ainda quero me divertir e ser competitivo em campo - completou, entre respostas sobre o Milan.
Seedorf ainda sugeriu que a camisa 10, da qual foi dono por tantas temporadas, seja repassada ao sueco Ibrahimovic, "um craque", segundo ele, e declarou que o Milan foi o clube mais importante em sua trajetória. Antes, passou por Ajax e Inter de Milão. Desde o início do século, o jogador toca fundações que se preocupam para o social, ajudando crianças e promovendo eventos em todo o mundo. Está de férias desde que o último Campeonato Italiano terminou, participou de partidas beneficentes e está trabalhando como comentarista da Eurocopa pela TV inglesa BBC.
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