A pressão pelo jejum e a perigosa posição na tabela não foram capazes de apagar o brilho da estrela alvinegra na noite desta quarta-feira, no Engenhão. Muito solto e contando com uma desastrosa atuação da defesa rival, o Botafogo passeou sobre o Olaria e fez 5 a 0 com gols, em dose dupla de Loco Abreu, vice-artilheiro do Carioca, e Elkeson, que desencanta após 25 jogos na seca. O triunfo ajudou a fazer as pazes com a torcida, em número muito pequeno no estádio, e, principalmente, valeu por recolocar o clube na zona de classificação para as semifinais.
O início do jogo não demonstrava o que viria a seguir. A avalanche alvinegra foi precedida por uma série de erros de passe, de lado a lado. A ansiedade parecia tomar conta da equipe de Oswaldo de Oliveira de novo. Só parecia. Para desafogar, o gol de Loco Abreu foi providencial. Em cobrança de falta central de Andrezinho, o uruguaio, impedido, desviou do goleiro, aos 12 minutos.
A desvantagem desmoronou o Olaria. Em média, até transformar a superioridade em goleada, o Botafogo chegava de três em três minutos em boas condições na área do rival. Quase sempre pela direita, com um incisivo Lucas, as chances eram multiplicadas. Alguns chutes foram sem direção, mas Elkeson não perdoou: cheio de espaço, aos 23, bateu de pé esquerdo no canto direito de Vanderson para ampliar e pôr fim a um jejum de 25 jogos e cinco meses e meio sem gol.
Logo depois, uma baixa: com dores na coxa direita a semana toda, Andrezinho acabou substituído por Felipe Menezes, que manteve a agilidade no meio de campo, setor cujo desempenho foi o maior presente que o torcedor poderia ter. O padrão e o entrosamento perseguidos enfim deram as caras e com uma alteração tática importante: Maicosuel, antes na direita, inverteu de lado com Elkeson. A fragilidade da retaguarda do Olaria nesta quarta, no entanto, dá poucos parâmetros.
Já em ritmo de treino, o Botafogo mantinha seu domínio territorial sem ser muito incomodado. A ponto de adiantar até sua defesa, que experimentou uma linha de impedimento. Foi através dela que Pedrinho e companhia tentaram algo e fizeram Jefferson se antecipar aos atacantes alvianis em jogadas perigosas. No mais, a posse de bola foi inteira do mandante.
Antes de marcar seu segundo gol na partida, Elkeson fez uma graça: arriscou um passe de letra, mas se enrolou. Nada que tirasse sua confiança, 100% renovada. No lance seguinte, Lucas deu um balão de cabeça no lateral Amarildo, colocou na frente e deixou o camisa 9 livre para escorar de cabeça e anotar 3 a 0, aos 39. Daí até o fim da etapa, só toques laterais.
A sensação de jogo resolvido durou cerca de dez minutos. Sem querer se desgastar, o Botafogo, em seu terceiro compromisso em sete dias, não forçava muito. Mas o Olaria, aos poucos, mostrou que não pensava ser humilhado no Engenhão. Foi valente, deu trabalho a Jefferson com Vanilson e Pedrinho, especialmente, e acordou o time alvinegro após uma leve bronca de Oswaldo.
Em contragolpe, Maicosuel achou rapidamente Loco Abreu, que fugiu de suas características ao apostar corrida lado a lado com o zagueiro para tocar na saída de Vanderson, com seu pé ruim, o direito, aos 19. Todas as substituições de Amilton Oliveira, então, foram por água abaixo.
Ação, mesmo, apenas vinda da arquibancada. Enquanto Loco saía à caça de seu terceiro gol e desperdiçava oportunidades, a torcida reclamava do treinador, que escolheu Lucas Zen para a vaga de Marcelo Mattos, poupado. O pedido por Cidinho e Herrera foi atendido parcialmente. O argentino foi chamado para o lugar de Loco.
Nos dez minutos finais, ainda deu tempo de Felipe Menezes de ter um gol de cabeça anulado, por impedimento, de Márcio Azevedo acertar a trave esquerda de Vanderson e de Maicosuel, para arredondar o placar, marcar o seu, aos 44, depois de driblar o goleiro.
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