Era a maior expectativa. O Botafogo não ganhava alguma coisa há muito tempo. E eu estava tensa. Não lembro detalhes, mas recordo que foi emocionante. Estava com alguns amigos comigo e comemoramos muito. Eu era muito nova na época (13 anos) e não tinha a experiência de viver isso, de ficar muito tempo sem ganhar alguma coisa. Mas algumas pessoas que eu via estavam bem emocionadas, chorando, há muito tempo não tinham esse tipo de emoção – disse, lembrando que o resultado cortou as seguidas provocações de um primo.
Aquela partida ajudou a ratificar a paixão já adquirida com o tempo, mesmo tendo em casa a influência de pais tricolores. Mas um fato inusitado havia deixado naquela temporada Suzana mais identificada com o clube. Na época com 13 anos, ela já via de perto alguns dos heróis.
- Eu morava em um prédio aqui na Barra da Tijuca em que também moravam vários jogadores. E eu não tinha time na época. Aí era vizinha do Gottardo, do Paulinho Criciúma, do Espinoza (treinador) e achava isso maneiríssimo. Mas uma coisa que me fez gostar mais do Botafogo foi a camisa, eu a acho linda. Essa estrela solitária... O Botafogo tem algo poético. São várias coisas, mas o que me chama a atenção é essa coisa poética. E adoro o Garrincha.
Campeão do returno daquele ano, o Botafogo chegou à decisão contra A MULAMBADA (campeão do turno) com um ponto de vantagem por ter feito melhor campanha geral. No primeiro jogo, em 18 de junho, um empate sem gols foi bom para o Alvinegro. Para ser campeão, o finalista teria que chegar a quatro pontos (na época, vitória valia dois). Um triunfo na segunda partida, em 21 de junho, significou a conquista tão esperada pelos torcedores alvinegros. Se houvesse igualdade ou vitória rubro-negra, seria necessária uma terceira e decisiva partida.
Mas aquele gol, mesmo 21 anos depois, rende polêmicas. E o primo mulambo de Suzana ainda vai lamentar aquele leve empurrãozinho de Maurício nas costas de Leonardo antes de estufar a rede de Zé Carlos. Sorte da botafoguense, que não precisou ouvir as provocações do primo por alguns anos..
O sonho de conquistar o Brasil de novo
A rotina pesada de gravações faz com que Suzana acompanhe pouco o time atualmente. Mas, assim como naquele ano, ela espera reviver a emoção de um título que não vem há algum tempo, mais precisamente 1995, o de campeão brasileiro.
- O clube podia dar uma reagida, uma levantada. O Botafogo tem uma aura bonita, tradicional, e podia voltar aos velhos tempos. Voltar a ser um grande clube nesse sentido.
Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vítor; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha) | Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé Carlos II e Leonardo; Aílton, Renato e Zico (Marquinhos); Alcindo (Sérgio Araújo), Bebeto e Zinho. |
Técnico: Valdir Espinosa. | Técnico: Telê Santana. |
Gol: Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo. | |
Estádio: Maracanã. Data: 21/06/1989. Competição: Campeonato Carioca. Árbitro: Valter Senra. Público: 56.412 pagant |
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